quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Contatos imediatos.



Quando saí, a primeira coisa com a qual me deparei foi um garotinho de boné meio esquelético e rosado, porque estava muito quente. Ele não acreditou muito no que viu quando olhou pra mim... acho que seria uma reação esperada, afinal, não é todo dia que se encontra um cara tão lindo, exótico e diferente como eu. Ele apenas me encarou como se eu fosse o ladrão mais perigoso e procurado de todo o mundo. Passei direto sem dar muita atenção, melhor do que bater altos papos com um alienígena né?!

Essa vontade de sair toda foi para procurar o Papai Noel, no jornal dizia que ele realiza desejos, quem sabe ele não realiza o meu desejo de comer pudim? seria uma boa pedida.

Eu não sabia por onde começar a procurar, não podia ser tão difícil de acha-lo, imaginei.

Fui andando, passei pela praça de ontem, passei por uma pista de skate, por pessoas andando atoa para matar o tempo, por escolas e logo depois encontrei um local com muitas lojas e pessoas em volta, crianças principalmente, e lá estava ele, sentado em uma cadeira muito bonita e vermelha, com os pirralhos em seu colo contando sobre o que gostariam de ganhar de natal.

O que eu mais queria nesse momento era estar no colo do Papai Noel e fazer o meu simples pedido, para isso entrei na fila, e esperei perto de muitas pessoas humanas, acho que algumas desistiram de esperar e saíram de perto de mim com os olhos arregalados, acho que por algum motivo bem preocupante do qual eu não fazia ideia do que seria, e quando pisquei meus olhos só restava eu para falar com o velhinho de roupa vermelha, fiquei muito animado e logo fui chegando perto dele.

Ele era gordo, de tal maneira que eu não sabia como ficar no colo dele, eu estava escorregando, mas não me preocupei com isso, comecei a falar logo de como eu queria que fosse meu natal:

- Noel, prazer, sou o Himiee, como vai você? - perguntei muito animado, já pensando no meu pudim.

- Olá Himiee, eu estou muito bem, o que você quer que eu leve para você na sua casa?

- Eu quero muito um pudim! minha comida favorita... mas eu não tenho casa aqui não, se você for levar pra minha casa você vai ter que atravessar metade do universo... mas, detalhes a parte, minha nave esta perto da praça, naquela direção, pode deixar ele lá.

Papai Noel olhou para mim com uma cara de "você esta brincando né?", aqueles olhos grandes com o ar de quem quer me ver melhor, com aquelas orelhas bitelas como quem quer te escutar melhor, porque acha que você precisa de um psiquiatra.

- Himiee, você precisa me dizer onde é a sua casa, se não você não vai ganhar seu pudim! - ele insistiu.

- Já te disse. Não sou daqui, mas você pode deixar meu presente na porta da minha nave. Não terá problemas. Você não acha que seria mais legal? Se quiser depois te levo para ver meu planeta para conhecer outros lugares diferentes desse pequeno planetinha com esse único satélite natural sem graça. Será uma viajem e tanta em? O que me diz?!

Papai Noel continuou não acreditando em mim, ficou batendo o pé de que eu estava louco e tudo que eu dizia era brincadeira, para ele parar com isso pedi para ele me acompanhar e ver as provas, ele disse que não, que estava cansado porque já estava no final do dia, e como eu não estava falando a verdade, ele não ia me dar o pudim. Sai do seu colo triste, sem saber o que fazer, desapontado, sem expectativas de um Natal comendo pudim.

Tive que pensar em outro jeito de conseguir um pudim.

Tentei pedir ajuda para alguém, as pessoas que me ouviram, me falaram que era para continuar andando que mais na frente teria um super mercado, mas que eles não garantiam que eu acharia.

Com isso me senti um pouco melhor, e fui andando, até achar o local que tinha o nome de "Sabor do Dia".Andei pouco. Logo achei.

Entrei e me senti pouco a vontade, tanta coisa num lugar só, tantas cores, tanta falação, barulho, comida, bichos de duas pernas voando, tudo me distraia tanto que não iria achar meu pudim naquele dia. E foi o que aconteceu, os caras me expulsaram do local porque estava na hora de fechar a loja, mas me disseram que eu podia voltar no dia seguinte, que eles me ajudariam a encontrar o que eu tanto queria.
Voltei pra casa estourando de dor nas costas, e com uma vontade muito grande de acabar com o mundo. Nao consegui achar nada do que eu queria hoje e ainda por cima o papai noel me deu um pé na bunda. Isso se eu tivesse uma bunda, mas enfim, estou com raiva. Muita raiva.

Ninguém daqui sabia, mas eu podia brincar de destruir esse mundo quando eu quisesse, minha nave estava muito bem equipada. Isso é, se eu conseguir achar minha nave.



Estou perdido.




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continua depois.

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