sábado, 28 de maio de 2011

Luniaa

Wiziee foi casado com ela a muito, muito tempo atrás. Se conheceram em um show dos Tukellis. Tudo foi acontecendo naturalmente, não... Mentira, nem tanto assim, brigas aconteceram, mas adoravam a companhia um do outro, se encontravam todos os dias escondido dos pais e das libélulas como se fossem sempre o primeiro, quando deram o primeiro abraço e a primeira troca de olhares, se conheciam aos poucos e ficavam cada vez mais animados com a vida, nada os abalava, nem a guerra com as libélulas os separou.

Por muitas décadas eles foram felizes e Wiziee pensava ter encontrado o amor da vida dele -que trágico pensar isso- até que ela começou a se ligar em influências obscuras, as amizades mudaram e a fizeram uma pessoa completamente diferente. Amigos antigos diziam que tudo isso aconteceu porque ela entrou em uma seita, a Misterys, que bebia fluidos de libélulas misturados com cenouras, vai saber né?!

Mas foi algo assombroso o bastante que meche com o subconciente de qualquer um que ela queira. Wiziee foi vendo com o que ele estava brincando e começou a ficar com medo querendo logo se separar, mas como já tinha grande distância entre eles, não foi preciso dizer nem fazer nada, simplesmente foi levando suas coisas para não se sabe onde e não dando mais respostas para nenhuma pergunta e se deixou levar pela vida.

Hoje, ela é a lider dos Misterys, das subdimensões de Starvin-07.

O que ela quer, não sabemos.

O que pretende, muito menos.

Mas algo bom não é. Ah, com certeza não é.

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Continua.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Quem?



Na verdade não era Wiziee, era engano... Mas o engano disse algo bem estranho:
-Vocês estão sendo vigiados, cuidado com cada passo.
243 levou um susto quanto ao tom de voz do "engano" que mais parecia que não era bem um engano... Afinal, uma frase dessa seria pra quem? Nos confundiram com a polícia? Acho difícil. 243 caiu para trás desmaiado. Precisamos colocar o que restou dele em cima da cama para tentar recuperá-lo. Jogamos água nele, demos tapinhas na cara, gritamos em seu ouvido mas nada fez ele voltar ao normal.
365 começou a desesperar, falar coisas sem nexo e eu não sabia o que fazer com todo mundo surtando... Quem era o dono daquela voz? Qual seu poder para com os Iguais?
Foi só eu piscar os olhos que 243 estava do meu lado me sacudindo. Eu estava perdendo os sentidos, ficando fraco e caindo. Como? Quando? Onde? Tudo tão confuso e impossível para ser em tão pouco tempo.
Sentamos nós três no chão, recuperei em poucos instantes e voltei ao normal. Olhamos um pra cara do outro e quem começou foi 243:
- Vamos manter as mentes fechadas. O que ela quer, ela consegue com nossos deslizes. Tipo agora.
- Co - como assim? - Nada tinha lógica. Quem mais poderia querer complicar a vida aqui em baixo? Esse povo gelatinoso não tem nada de mais pra oferecer! Nem temos planos concretos!
- Aquela que é mais forte mas não tanto inteligente como nós. Está nos observando agora então. Talvez acabe com a gente antes que de para perceber, nossas vidas irão se tornar algo que não vamos prever nem entender se deixarmos ela tomar conta.
- E-e-ela quem? - Eu continuava não entendo.
- Luniaa.
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Continua depois.

domingo, 20 de março de 2011

Infiltrados


Tudo estava correndo muito bem por aqui, esse planeta só tem uma coisa que me encomoda: a variação de frio e calor é simplesmente muito pequena. Sinto falta de sentir frio como sentia em Starvin-07...
Nós conseguimos enquadrar bem. Os Iguais nem falam mais em voltar pra casa. Gostam daqui, fizeram até amizades com o povo.
Ontem estávamos na nave com um livro de receitas tentando fazer uma comida diferente. Eu fui naquele mercado comprar ovos, farinha e mais algumas coisas pra fazer a gororoba, porque ninguém sabe cozinhar, então, coisa boa que não vai sair.
Era quase noite quando percebemos um bite na tela. Era Wiziee?
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continua depois.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Em Starvin-07...



Wiziee abria as anotações de cada um. Começou pelas do 243. Na primeira folha já encontrou o desenho do tão falado abajur, que ele viu na casa da garota, depois seguia com o desenho de dentro do corpo de um ser com dois braços e de umas dimensões estranhas, só que com algumas características, depois de um tempo, Wiziee conseguiu distinguir que era o Eu. Na terceira folha havia o mesmo abajur, só que agora em uma cena mais romântica, junto com o 243 e cheio de corações em volta dos dois; na outra folha havia a mesma merda de abajur e os dois tomando sorvete juntos... "Como se isso tivesse vida né?!" Pensou Wiziee já ficando revoltado, com a raiva o consumindo e sem saber o que fazer foi passando as folhas rapidamente, afinal eram exatamente 58 folhas, até que, na 58ª ele se deparou com algo interessante:
- Graças as fritadas! Algo que não seja uma imaginação de história de amor entre ele e um abajur! - Gritou.

Lendo tudo com calma, ele descobriu e gostou de saber que o organismo humano é algo bastante frágil. TODOS TEM PONTOS FRACOS. Nem que seja um órgão, ou a falta de algo no organismo; logo depois descrições:
Órgão: algo aparentemente com funções que fazem com que o corpo funcione, responsável por certos aspéctos como: digestão, respiração, bombeamento de sangue... Algo estranho a ponto de que eles não conseguiriam viver sem.
Organismo: Eles por dentro. Apenas isso.
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365 foi bem mais direto ao ponto. Com apenas uma folha e meia concluiu suas anotações. O centrado era ele. Pelo menos ele.
As vezes Wiziee se pergunta o que ocorreu com 243, ele se distrai fácil, e fez amizade com Diferentes. Isso é muito raro para um Igual. Talvez, quando ainda era um fluido algum agente deixou uma calda doce de pudim cair em seu tubinho... As vezes, quem sabe, o açucar contido na calda deixou ele meio abobado e propenso a coisas que só o açucar pode fazer. Certamente deve ser algo desse tipo para explicar tal acontecimento.
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Nas 23 páginas do Himiee podíamos encontrar de tudo um pouco, e de tudo o que não falasse de sangue. Conhecimentos gerais, era isso que se via. Era quase uma prova que os Diferentes que queriam se tornar agentes faziam sobre algum planeta... Simplesmente muito detalhista.
No meio disso tudo, nos cantos das folhas, onde se encontravam os lembretes, estava escrito algo do tipo:
"E se nesse planeta existissem libélulas? Estariamos fazendo isso tudo atoa."
Wiziee leu. Releu. Leu de novo e de novo. Como assim?! Esse lugar também com libélulas?! Ah, não poderia ser! Mas... E se fosse? Isso seria mesmo uma questão a se ver o mais rápido possível não é mesmo?!

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continua depois.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Abrindo o Eu e mais...



Não deixamos o Eu acordar desde o momento em que ele foi criado.

243 pegou a cabeça dele e deslocou ela pro lado, peguei os membros e fiz o mesmo. 365 me ajudou nessa parte. Posso parecer meio malvado, mas sou muito mole pra certas coisas, tipo essa de ter que quebrar umas partes de um ser gelatinoso. Por isso não contarei detalhes de como foi, para eu não correr o risco de desmaiar.

Sangue fez parte da brincadeira. Digo apenas isso.

Concluímos tudo em uma tarde e logo depois embalamos o que conseguimos e o corpo para transportá-lo para Starvin-07. Colocamos o outro Igual que eu não sei o número para dentro da nave pequena e lá foram eles.
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Limpamos tudo em nossa casa nave maior que ainda se encontrava perto da praça, colocamos as agulhas, algodões, pedaços de pele, gase, tudo dentro de uma sacola e deixamos no lixo do vizinho da frente... Acho que ninguém iria desconfiar se o lixeiro passasse rápido e pegar tudo de uma vez. Olhei para a cara do 243 e para a do 365, era hora de nos enquadrarmos.
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Eu fui para a porta de um colégio. Esperar por alguém de lá de dentro me ver e me dar um copo de água não era má ideia. Faria mais amigos assim.
243 agora se chama Bilie e foi tentar alguma coisa no super mercado na rua próxima... Aquela que eu fiquei perdido lembra?
365 agora era Filipe que foi para o centro da cidade.
Ficar como números aqui não seria nada discreto.

Combinamos de sempre nos encontrar antes de anoitecer. Os Iguais são bons pra essas coisas porque eles gravam os caminhos bem facilmente, podem passar pelo caminho apenas uma vez mas já sabem se posicionar muito bem. Eu tenho que ficar por perto para não me perder.
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Dentro de uma semana Wiziee já deve dar respostas concretas.
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continua depois.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Agora

-Wiziee? Wizieeeeee?? Está ouvindo? - eu disse.
-Sim Himiee, pode falar.
-O Eu está pronto senhor.. O que faremos?
-O que pretendem fazer?
-Precisamos cortá-lo ao meio, verificar seus funcionamentos, seus líquidos, seus órgãos.
-Façam o que bem entenderem, só não deixem resquícios de nada. Ninguém pode saber o que está se passando ai. NINGUÉM!
-Sim, temos total percepção quanto a isso... Enviaremos ele depois para agentes mais competentes informar-lhe como são as coisas aqui. A gente poderia ir junto ou ficaremos aqui mesmo?
-Vocês tem que ficar aí e se enquadrarem nos diferentes tipos de lugares e sociedades. Façam as coisas o mais rápido que puder, não temos tempo a perder! Boa sorte.
-Tchau.

Olhei para cada um, todos já sabiam o que fazer. Era hora de agir.
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continua depois. talvez com um pouco mais de demora por causa das minhas aulas q começam essa semana, mas n deixarei o blog d lado. bjs.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Esperando



Ficamos meio que de bobeira durante mais de duas semanas... O que pensar e fazer nesse tempo todo? O Eu crescendo ficando cada dia com mais cara de gente humana, meus três Iguais fazendo companhia para ele e eu fiquei responsável por nada... tratei de dormir muito e colocar minha cabeça em dia... Fui procurar um pouco mais sobre esse lugar e tudo o que mais poderia interessar ao Wiziee.
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Duas semanas depois...

Colocamos umas substâncias para acelerar o crescimento, eu estava de saco cheio de esperar e ouvir o 243 falando sempre sobre ser papai de uma coisa dessas que estavamos criando... Cara.. de onde ele tirou essa ideia? Os Iguais não tinham nada ligado a tanta intimidade e vontade de fazer algo desse gênero... Muito estranho ele agindo assim... Quero ver quando Wiziee der permissão para abrir o corpo e ver o que tem dentro de perto.. apalpando um coração que bate em um TUM, TUM.
Quando cheguei aqui, meu coração também passou a bater assim, estranho porque cada local o coração bate de um jeito diferente, no planeta anterior a esse, meu coração batia bem menos do que aqui e fazia uma espécie de barulho igual quando você estoura uma bolha de sabão.
Não sei explicar algumas coisas que aqui acontecem como por exemplo esse cheiro que me atrai... Ainda não fui capaz de descobrir de onde ele vem.
Mas voltando ao assunto, amanhã nosso Eu fica com o corpo no ponto certo que queriamos...
Iremos ligar para o Wiziee assim que acordarmos.
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Continua depois.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Noite mal dormida.





243 sonhou com o abajur.
Os outros nem vi onde se enfiaram para dormir.
Deitei na cadeira onde eu estava mesmo e apaguei.
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Acordei com um gemido da Thalia... Ela acordou?? O.O
Abri os olhos bem de vagar para não levar muito susto caso o pior se tornasse realidade.
243 olhou pra mim, eu olhei pra ele que logo em seguida seguimos nosso olhar para o corpo que estava na mesa. Imóvel? Talvez.
A garota desmaiou com a substancia mais normal que temos em Starvin-07, chá de orégano. Dopa a pessoa que é uma beleza. E nela fez um efeito surpreendente... Só que com uma básica reação: Ela não para de sonhar... e pelo jeito não é dos melhores sonhos que ela está tendo. Está inquieta e completamente suada.. Eca. Nojo dela, suar é uma coisa muuuito medonha, e o pior é que terei que colocar as minhas mãos nela para acabar com os estudos.
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365 já tinha conseguido extrair o DNA gelequento. Nossa amostra estava crescendo e daqui a alguns dias já daria pra gente conseguir células do cérebro.
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O que tínhamos que fazer agora seria levar Thalia de volta pra casa antes que todo mundo começasse a procurá-la por ai, querendo notícias e o paradeiro dela. Afinal... 2 dias inteiros sem dar notícia é muita coisa mesmo. Ainda mais que Roque já tinha brigado uma vez com ela por causa disso.
Preferimos deixar que escurecesse mais um pouco a fim de não fazer muito escândalo.
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Eram umas 8 horas quando resolvemos ir... Colocamos na mente da Thalia momentos com seus amigos, como se tudo tivesse acontecido ontem e hoje mesmo pra não ter com o que se perder. A medida em que íamos instalando ela ia dando sinais de que estava acordando, ou indo para sonhos em que retratassem as lembranças.
- É melhor correr agora, não vamos querer que ela acorde no meio do trajeto... seria muito pior. - disse 243.
Peguei Thalia no colo e fui com o 365 de companhia preparados se algo desse errado. 20 minutos depois chegamos no quarto dela. Deixamos ela na cama e torcemos para que tudo desse certo.
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Voltamos para a nave para controlar agora o crescimento do nosso Eu humano. O nome dele era Eu. Ele estava com o 243.. Nessas etapas os Iguais tem mais habilidades.
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continua depois.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Mais Fundo.





Amanheceu e não estávamos nem na metade do que era pra ser feito... Precisávamos de um pedaço de seu cérebro. Mas ai iríamos matar a garota... O que fazer?
Nessa hora preferimos contactar com Wiziee.
Ele deu respostas rápidas e curtas como se estivesse de mau humor:
- Vocês irão apenas pegar uma amostra de sua pele e com ela tentar descobrir como podemos fazer uma clonagem desse tipo de matéria. E só quando tivermos um exemplar somente nosso, perfeito, iremos brincar de descobrir mais coisas... Não mexam no cérebro dela.
- Sim Wiziee... Iremos fazer o que você manda. Mas... alguma coisa aconteceu ai com você? Está com uma voz de quem cheirou um rato podre... - Eu respondi.
Mas ele nem esperou eu acabar de falar e já desligou...
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Era tanta coisa pra descobrir que não aguentamos e caímos no sono na metade do trabalho.
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Será que Thalia iria acordar e dar no pé?!
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Continua.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Visita


Primeira casa que visitamos foi a do Roque. O silêncio da noite era perpétuo. Nada se movia, nada se escutava, nada se sentia.
Todos na casa já estavam dormindo. Uma velha estava deitada no sofá, devia ter caído no sono enquanto via TV.
Entramos pela varanda, que por sorte a porta estava destrancada. Olhei para a mesa da sala e me veio a lembrança do natal, aquela gente toda reunida conversando sobre coisas que vinham a cabeça, comida boa, eu com eles. Nada a declarar sobre esse dia. Passamos rapidamente pelo corredor a fim de chegar rápido no quarto da Thalia, tentamos não fazer nenhum barulho, só que quando 243 viu o abajur ligado perto da cama da garota ele não se conteve:
- Briiiilha!! O que pode ser essa coisa tão fabulosa Himiee? Você sabe me responder de onde vem essa coisa tão brilhante? Apaixonei. Posso pegar nela?
Imediatamente coloquei minha mão na boca dele pra calar a boca. E disse num sussurro:
- Cala a boca 243! O povo daqui acorda fácil! Se alguém acordar agora estaremos ferrados. E deixa o abajur em paz. Ele não vai querer nada com você entendeu?! Agora anda e fica quieto.
Quase sufoquei ele... Mas também, vai ser sem noção assim lá em Starvin's - 07! To com paciência pra isso não.
Sorte que a Thalia não acordou. Tiramos o que a cobria e analisamos... Dava para levá-la fácil dali pra nave.. ela não era pesada o bastante pra gente não aguentar.
Usamos o escoleator para fazer a letra dela em uma folha avisando para os pais não ficarem preocupados com ela. Ela não sabe quando volta, mas que está tudo bem.
Saímos com ela do quarto com um frio na barriga de algo dar errado, chegamos na varanda e o 243 e os outros dois desceram e eu fiquei com ela no ombro, joguei o corpo dela pra eles ali em baixo e desci também.
Chegamos na nave pouco tempo depois. Colocamos ela na mesa, e fomos para nossas pesquisas e anotações.
243 não parava de falar no abajur. Irei dar um de aniversário para ele. As vezes ele se satisfaz.
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continua depois.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Chegada


A Via Láctea não era muito grande como muitas outras galáxias que os Iguais já haviam visitado... Foi fácil achar o planeta das orientações dadas.
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Eu achei nossos companheiros imediatamente após o pouso da nave. Eles pararam na praçinha e eu como de costume estava no banco de sempre.
Chegaram de tardinha, até que foi ótimo porque assim não fizeram muito alarde.
- Olá Himiee, sou o 243 - Igualmente Igual. Você pode nos contar e mostrar tudo o que descobriu? quanto menos demorarmos aqui melhor será.
Olhei para ele com cara de que "ok cara, comecemos!"
Comecei a andar na direção da minha nave para pegar minhas anotações. Nem olhei pra trás e já fui falando com o 243:
- Mas então, já conquistei a confiança de uma família aqui, experimentei o pudim deles, conheçi o Papai Noel que por sinal, é um cara muito gente boa, podemos levá-lo para o nosso planeta.. todos irão gostar dele, descobri que nosso fluido corporal é um veneno para os mosqui... - Percebi que ninguém me respondia nem dizia um "uhum" fiquei com raiva e quase começei a brigar com ele até que vi que eu estava falando para as paredes... Nenhum deles tinham me acompanhado...
Voltei lá fora e gritei:
- Heeeei!! Venham aqui! - Aí sim, eles vieram como lhamas correndo, desengonsadas por causa da super gravidade que havia nesse planeta alfinete. Incrivel como aqui tudo é tão estranho de tudo já visto antes.
Continuei falando para eles minhas aventuras vistas e sentidas aqui. De cada lugar que eu fui, de todos os significados para as coisas novas e tudo o mais. Ficaram interessados. Como quando a gente escuta já fazendo planos.
O 243 me encarou e disse: Preparese para as visitas dessa noite. Está mais que comprovado nossa superioridade sobre esses gelatinosos. MUAHAHAHAHAHA.
Babamos juntos. A sensação foi maravilhosa. Não babei sozinho dessa vez. MUAHAHAHAHA.

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Continua depois.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Enquanto isso...




Em Starvin-07, Wiziee tentava achar seus Iguais de confiança para enviar a este tão esperado reconhecimento de terra.
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Os Iguais são literalmente iguais, espécie criada de um modo único, responsável por manter a ordem em Starvin-07. Não tem família, são sozinhos, nascem por meio de multiplicação celular nos laboratórios da liderança, crescem dentro de túneis construídos pra manter distância entre os Diferentes, espécie dominante no planeta. Himiee é um Diferente. Ele teve Wiziee muito próximo com seu pai na guerra das libélulas, viraram amigos inseparáveis e depois que o Sr. Quimiee morreu na guerra Wiziee assumiu a liderança, levando Himiee para próximo de seu sonho: viajar pelo espaço sem rumo visitando planetas, ajudando no resto da dominação.
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Os Iguais chegaram na hora marcada com Wiziee e arrumaram suas coisas para ir de encontro com as coordenadas que Himiee passou. Era hora de partir e todos entraram na nave, foram pelo buraco negro da direita e saíram já na Via Láctea.
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continua depois.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Wiziee





Wiziee era nosso senhor maior. Ele envia aliens em mundos estranhos para fazer "a limpa" simplesmente catar alguns de sua espécie dominante para estudar sobre cada uma delas. Para que daqui a um tempo nosso povo esteja em todo canto do espaço sideral. Buracos negros já estão dominados, nossa habilidade. Nebulosas ainda estão em andamento. Planetas faltam muitos. Mas estamos juntos para mudar essa realidade. Fui escolhido tamanha minha esperteza na guerra contra as libélulas. Wiziee me deixou com a missão de visitar planetas do lado periférico da Via Láctea. E é isso que estou fazendo em aproximadamente 400000 anos luz. Aproveito e acabo me divertindo horrores, literalmente. O extermínio em massa depois é sempre a parte mais empolgante, isso quando Wiziee não resolve escravizar todos e deixa-los sofrendo. Por mim tanto faz. Gosto dos duas opções. Thalia seria fácil de trazê-la para minha nave e apaga-la em pouco tempo, seu pai não seria difícil também não. Adquirir confiança é a primeira etapa desse sistema perfeito. Isso eu já consegui. Essa família será o canal. Nesse momento eu preciso entrar em contato com meu planeta Starvin-07. Não necessariamente preciso saber o nome do planeta em que estou, ou como fiz para chegar aqui. Apenas mando as coordenadas e algumas poucas características para conseguir ajuda e notificar os acontecimentos. Realizo o trabalho legal primeiro: examino, avalio, conheço, primeiros contatos aí depois como é difícil eu me apegar a coisas, ainda mais sendo gelatinosas de dois olhos, fica fácil de mandar sinal de pronto para destruir. Que se dane 2012... Quanto mais rápido ficar do nosso jeito, melhor. Esses pensamentos me deixaram com a sensação mais gostosa de todas, a cara de bobo derretido sempre vem quando isso acontece.
Eu babo.
MUAHAHAHAHA.

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Continua.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

E foi assim que...





Thalia e Roque descutiram sobre como ela pode ficar o dia todo fora de casa e não dar notícias. Ela disse que isso é normal de pais humanos, eu achei muito estranho. Estou fora de casa a mais de 300 anos luz e ninguém brigou comigo até agora. Talvez pelo fato que ninguém deve saber onde eu estou depois do planeta de ventosas. Depois de lá eu não dei noticias. Mas que seja. Agora não faz diferença. Algum dia ainda volto pra casa. E nesse dia, eu vou ter muita história pra contar.


Acabou que saímos numa boa, Roque só mandou ela levar o celular (Que seria isso de novo?? Essa gente tem muita coisa que me da medo) e dar notícias se fosse o caso de demorar muito.
O combinado é que ela iria me levar em uma festa porque contei pra ela sobre meu primeiro dia de descobertas pelo mundinho e que encontrei aquela galera lá no prédio.. aí ela disse que iria me mostrar uma muito boa, eu curti a ideia e aceitei.
Ela me levou na Yellow Submarine. Simplesmente o lugar mais falado da cidade. Pelo menos foi o que ela me disse. Fui entrando e vendo tantas garotas e tantos garotos, tantos olhos, tantos dentes brancos, umas luzes coloridas,uma fumacinha que quando olhei pensei logo que era pra sair correndo.. algo estava pegando fogo, mas aí a Thalia me disse que estava tudo normal. Era pra ser assim mesmo. Ufa.


Minha primeira imprensão foi estar em outro planeta. Música alta, muvuca, bebida, gritos, e ela me puxando pela mão indo de encontro aos amigos dela.
- Himiee, esses é o Fernando, aquele é o Thomas e essa é a Nicole, todo mundo gente boa, ok? Meus amigos do colégio. - Disse a Thalia olhando pra mim e depois pra cada amigo dela.
- Ah sim! Olá gente! - Eu disse. No começo fiquei com um pouco de vergonha mas depois fui me soltando e aproveitando todas as músicas e momentos. Dancei. Descobri que é muito bom, anima, te faz sentir feliz. Escorreguei na bebida da Thalia e cai no chão como um pudim cai da bandeja. Fiz todo mundo ri, mas no fundo doeu em mim. Risos. Todos sairam de lá e foram pra casa do Thomas, ficamos vendo filmes e acabamos por dormir lá mesmo. Dormir fora é legal, galera muvucando, fazendo coisas divertidas.

Acordei com uma dor nas costas tremenda. Sai sem ninguém me ver. Estava mais do que na hora das coisas mudarem um pouco. Senti O chamado. Estava quase no momento de todo o motivo especial de eu vir aqui chegar e acontecer o que tem que acontecer. Wiziee estava chamando.

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continua




terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Merdas.com


Comecei meu dia com uma pitada de Punk Rock.
Tentando criar ideias à altura de minhas vontades. Me lembrei da Thaila, a filha do Roque... Resolvi passar na casa deles e ver se ela estava atoa e se queria dar uma volta por aí e fazer alguma coisa diferente. Foi o que eu fiz. Ela aceitou. Fomos pra rua arrumar alguma coisa pra fazer.
Ela me levou em uma sorveteria pra tomar sorvete. Sorvete era algo muito gelado, com gostos e cores diferentes, o que me agradou profundamente, pedi até a receita pra moçinha da loja do sorvete de flocos.
Ela me levou numa biblioteca. Livros são estranhos, tem muitas letras pequenas que querem sua atenção de uma maneira que te prende ao livro. Peguei um para dar uma olhada, falava da sequência de Fibonacci, achei muito complicado. Procurei um de astronomia, mais minha área, mais tranquilo de entender talvez.
Foi aí que eu reparei: O quê que eu estou fazendo aqui?? Eu não queria era curtir?? Joguei os livros pro lado e fui achar a Thalia pra ver com ela a possibilidade de fazermos algo mais ativo.
Foi quando ela falou alguma coisa do tipo "queda livre", aaaaah aí eu gostei da parada.
Ela me levou a um ponto de ônibus para podermos ir pra lá, esperamos por um tempo, só que estava demorando muito e então resolvemos ir a pé...
No caminho nós conversamos muito e deu pra conhecê-la um pouco mais, e a cada vez que a Thalia dizia alguma coisa mais eu via como ela era impressionante.
Chegamos no lugar, era bem afastado de tudo o que eu já havia conhecido da cidade. Ela olhava tudo como se fosse parte do mundo natural dela fazer esse trajeto sempre. Mas era né?! Quem não é daqui sou eu. As vezes me esqueço disso, vendo tantos diferentes de mim, acabo achando que sou igual a eles.
Sei que lá era uma bigbitela de uma descida, simplesmente eu não conseguia ver onde acabava aquilo. Fiquei com medo, no fundo eu não sei se era uma boa ideia, mas não deu nem tempo de eu virar pra ela e dizer como me sentia. Senti uma puxada no meu braço dizendo "Anda Himiee!!" colocamos o equipamento de segurança e lá fomos nós.
Foi a melhor sensação da minha vida toda. O vento batendo como se não houvesse o amanhã, a adrenalina que sobe e vai até o meu sétimo dedo, o disparar do coração fazendo um "TUM, TUM" que parece que ele vai pular da sua boca e continuar caindo mais do que você está. Único.
Só que eu me esqueci de que ainda vivo. Não podia deixar essa sensação me dominar tão intimamente no fundo. Quando já estava ficando desesperador algo puxou de volta com uma pressão que doeu os ouvidos. Aí sim senti que meu interior iria deixar meu exterior, como se eu fosse dar tchau pros meus órgãos. Só que muito antes disso acontecer olhei a Thalia alí, pertinho de mim. Tão perto que nem vi mais altura, só ela.
Voltando para casa já fizemos os planos para o dia seguinte.
Se não fosse a briga que ela e Roque tiveram.
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Continua depois ;]

domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal



O dia começou chuvoso.
Decidi ficar dentro da nave e ver como estava minha arma, se ela estava funcionando direito, hoje seria o dia de brincar.
Era de tarde quando o Roque passou pra me pegar. Ele me comprimentou como se fosse um dia como outro qualquer.
Só que ele estava completamente enganado.
Uma voz dentro da minha mente começou a falar comigo, sussurrando para eu não chegar na casa já assustando todo mundo, apenas com uma cara de feliz meio maníaco. Acho que assim eles não iriam ficar com uma cara estranha pra mim.
O carro do Roque estava com uma música que fazia pirar. Algo barulhento, porém viciante. Perguntei pra ele o que era e ele me disse que era Blink 182. Uma banda de Punk Rock.
Hoje eu não acordei bem. Não sei se foi essa água que cai do céu de um jeito tão trágico, fazendo tanto barulho, sei lá, só sei que estou de mal humor.


A casa do Roque era simples, mas bem agradável. Ele tinha uma filha, ela era muito estranha. Pelo jeito era algo do que gostava de Punk Rock igual ao pai, tinha cabelos longos, olhos castanhos, gostava de roxo, vivia com um fone de ouvido escutando músicas o dia todo. Ele tinha uma mulher, parecia com a filha, porém menos estranha um pouco. A mãe dele morava com ele. Isso era uma família. Descobri.

Sentei na mesa com todas as pessoas, eles começaram a falar sobre o natal. Eu escutei tudo em silêncio como todos os outros. Eu estava sem paciência mas acabei gostando dos comentários. Comemos umas comidas de um cheiro muito bom, com gosto muito bom, que me fez ficar mais feliz. Minha vontade de destruir passou no momento que a filha deles me olhou de um jeito envergonhado.
Logo depois Roque começou a falar sobre o trabalho, e como estava sendo difícil esse fim de ano. Pensei comigo: Fim de ano?? Como assim? O ano acaba?! Credo. Deve ser isso aí.
Ele disse que muitas pessoas não estão mais nem aí pra fazer tudo certinho. Estão na confusão da loucura. Ele acha que é porque 2012 está chegando e o mundo vai acabar, e todos estão aproveitando para viver intensamente, sem se preocuparem com o amanhã.
Então quer dizer que o mundo vai acabar daqui a 2 anos? Ummmm... isso foi interessante. Não precisaria de mim para fazer o trabalho pesado.

Pensei: Irei aproveitar ao máximo então. Terei dias impressionantes e intensos. Prontos para aventuras?! Porque elas começam a partir de amanhã.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Conhecendo policiais

A polícia chegou e me barrou, eu descobri que eles não mordiam, eram pessoas normais com falas normais, tirando apenas as roupas estranhas deles. Um cara olhou meus 7 dedos e disse que eu precisava de um médico rápido e o outro nem ligou estava focado na "missão". Os moçinhos da padaria riam como se eles tivessem ganhado o dia, meu pensamento logo foi na minha arma de desmaterialização que estava na nave... Ah se eu tivesse uma dessas aqui agora, pensei, pensei tão desejando que se fosse um conto de fadas ela teria aparecido feito mágica. Na hora que o policial Roque perguntou o porquê que eles estavam ali e o moçinho do caixa de cara feia disse que era porquê eu não tinha pago meu lanche de 4 reais, Roque riu mais do que os dois moçinhos juntos e disse:
- Vocês estão brincando né?! Não é possivel que eu sai da minha sala com meu ar condicionado e meu poker só por causa de 4 reais! - Olhando pra mim, perguntou:
- Como você chama filho? - como se eu fosse muito pequeno né?! Mas respondi:
_ Himiee. Meu nome é Himiee. Eu só queria ir pra minha "casa"... Posso ir? - eu disse casa porquê não queria criar mais confusão, imagina se eu falasse "minha nave?" aconteceria igual ou pior do que como foi com o Papai Noel.
- Himiee em?! Nome diferente, você é diferente. Gostei. Vou pagar pra você e estará livre em poucos minutos. Espere um pouco ok?! - Disse Roque.
Ele me acompanhou até a praça depois de pagar e ficamos conversando por um longo tempo, contei para ele sobre como os bichos de asas reagem aos meus fluidos corporais, ele me disse que eles se chamam mosquitos. Mosquitos, isso sim é um nome estranho. Ele me contou como gosta de rosquinhas e eu disse sobre minha paixão com pudins e como estava triste meu dia antes do natal, porque minha viajem até aqui só estava dando errado.
Acabou que ele me convidou para passar o natal com a familia dele. Eu aceitei.
Acho que fiz um "amigo". Aliens não tem amigos. Aliens gostam de acabar com mundos felizinhos iguais a esse, são mais aventureiros e não gostam de ter laços com algo, pois isso mostra o quanto já está se ligando as coisas daqui. Isso não é bom.
Quando a noite chegou deitei no banco de sempre, acho que a praça estava sendo meu local preferido, a nave estava se tornando visita. Olhei pro satélite natural, pros pontos brilhantes. As estrelas. Pensei no meu novo "amigo" e como deve ser ter uma família. Família, coisa estranha de se ter, apesar de eu não saber do que se trata. Passou pela minha cabeça a estranha pergunta: Se eu destruir esse planeta, eu vou destruir famílias? Ou isso é indestrutível? Mas gostei da ideia. Afinal, ter uma família deve ser chato. Quem sabe já não chego acabando com essa que irei conhecer amanhã? Seria babante!
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Continua ;]

Quarto dia

Andei muito. Andei como se fosse dar a volta nesse planeta cabeça de alfinete. Me deu vontade de destruir tudo, quando eu chegasse, se eu chegasse. Até a vontade do pudim passou. A minha cabeça estava explodindo de tantas cócegas que meus neurónios estavam fazendo. Daí a minha raiva e meu meu humor por cócegas.
Só me lembro de uma pequena parte de tudo o que aconteceu: comecei a ficar bem lesado a partir da quinta esquina que eu virei, parei em um beco escuro, com cheiro de armário de vovó. Tropecei em mim mesmo e cai. Dormi alí mesmo. Acordei em outro lugar.
Como assim?
Acordei no banco da praça com o dia já claro e com um recado do Papai Noel em cima de mim dizendo: Querido Himiee, te achei perdido e sonolendo se um jeito muito preocupante, então me lembrei do que você disse ontem e te trouxe pra o banco da praça. Espero que saiba onde você está agora e que chegue bem em sua misteriosa "nave". Feliz Natal. Papai Noel.
Papai Noel ainda não acreditava em mim. Mas até me senti feliz porquê alguém lembrou de mim, o que é uma coisa meio difícil de esquecer com essa cara que eu tenho. Minha cabeça ainda cocegava um pouco. Me sentia estranho. Com raiva por não ter um pudim e querer acabar com o mundo agora já que estou perto da nave, mas ao mesmo tempo feliz por estar em um lugar que eu conhecia melhor do que o beco com cheiro de armário de vovó.
Não queria levantar do banco. Estava desconfortável demais, mas era melhor do que ficar trancado na nave. Minha vontade de destruir alguma coisa ainda estava presente em um pedaçinho do meu eu, mas a atração que esse cheiro gostoso desse ar me trava, dizendo preu não fazer isso enquanto não descobrisse o que era.
Eu precisava descobrir o porquê desse cheiro. O porquê dessa atração. Fiquei uns instantes pensando em como era ruim restar tanto tempo de barriga vazia e fiz careta, não era nenhum pouco agradável essa sensação... Nenhum pouco babante, e sim vomitante.
Pensei em levantar e voltar ao "Sabor do Dia" para ver se conseguia alguma coisa para saciar meu estômago que estava com um buraco imenso, e para me distrair um pouco, mas estava com medo de me perder de novo e não voltar mais.
Fui para uma padaria na esquina, lá encontrei um cara atrás de um balcão com um sorriso muito falso no rosto, como se estivesse ali por pura obrigação. Cheguei e perguntei se ele podia me dar algo bom pra comer e ele me respondeu que depende do que eu estava à procura, se era doce ou salgado. Respondi que era algo salgado e ele me deu um pão com manteiga e um café. Gostei do gosto, meio salgadinho o pão e o café era viciante, isso bateu bem. Depois de comer e agradecer ao moçinho de cara feia, fui indo em direção a porta, quando um outro moçinho que também tinha cara feia chamou:
- Psiiiiiu.
Eu olhei pra trás, e ele disse de novo:
- Sim, você mesmo. Volte aqui. Saindo sem pagar Sr. Estranhamente estranho que não faço ideia de onde tenha vindo. Você me deve 4 reais. Ou vou ter que chamar a polícia?!
De que eu era estranho eu já sabia mas olhei com uma cara de " WTF " para ele e perguntei:
- O que é polícia? Isso morde?
Aí foi a vez dele de me olhar com a cara de " WTF " e dizer:
- Você está de brincadeira com a minha cara né? Como assim "o que é polícia?"... Você está me fazendo perder a paciência.
-Lógico que não. Estou falando muito sério. E eu não tenho dinheiro. Posso pendurar e quando eu tiver eu pago? - Eu disse bem tranquilo.
- Lógico que não. Você bebeu algo cara? Cheirou alguma coisa? Um instante por favor, irei ligar para a polícia porquê o caso está mais sério do que eu pensava.

Se polícia mordia, eu estava ferrado.
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continua depois ;]

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Contatos imediatos.



Quando saí, a primeira coisa com a qual me deparei foi um garotinho de boné meio esquelético e rosado, porque estava muito quente. Ele não acreditou muito no que viu quando olhou pra mim... acho que seria uma reação esperada, afinal, não é todo dia que se encontra um cara tão lindo, exótico e diferente como eu. Ele apenas me encarou como se eu fosse o ladrão mais perigoso e procurado de todo o mundo. Passei direto sem dar muita atenção, melhor do que bater altos papos com um alienígena né?!

Essa vontade de sair toda foi para procurar o Papai Noel, no jornal dizia que ele realiza desejos, quem sabe ele não realiza o meu desejo de comer pudim? seria uma boa pedida.

Eu não sabia por onde começar a procurar, não podia ser tão difícil de acha-lo, imaginei.

Fui andando, passei pela praça de ontem, passei por uma pista de skate, por pessoas andando atoa para matar o tempo, por escolas e logo depois encontrei um local com muitas lojas e pessoas em volta, crianças principalmente, e lá estava ele, sentado em uma cadeira muito bonita e vermelha, com os pirralhos em seu colo contando sobre o que gostariam de ganhar de natal.

O que eu mais queria nesse momento era estar no colo do Papai Noel e fazer o meu simples pedido, para isso entrei na fila, e esperei perto de muitas pessoas humanas, acho que algumas desistiram de esperar e saíram de perto de mim com os olhos arregalados, acho que por algum motivo bem preocupante do qual eu não fazia ideia do que seria, e quando pisquei meus olhos só restava eu para falar com o velhinho de roupa vermelha, fiquei muito animado e logo fui chegando perto dele.

Ele era gordo, de tal maneira que eu não sabia como ficar no colo dele, eu estava escorregando, mas não me preocupei com isso, comecei a falar logo de como eu queria que fosse meu natal:

- Noel, prazer, sou o Himiee, como vai você? - perguntei muito animado, já pensando no meu pudim.

- Olá Himiee, eu estou muito bem, o que você quer que eu leve para você na sua casa?

- Eu quero muito um pudim! minha comida favorita... mas eu não tenho casa aqui não, se você for levar pra minha casa você vai ter que atravessar metade do universo... mas, detalhes a parte, minha nave esta perto da praça, naquela direção, pode deixar ele lá.

Papai Noel olhou para mim com uma cara de "você esta brincando né?", aqueles olhos grandes com o ar de quem quer me ver melhor, com aquelas orelhas bitelas como quem quer te escutar melhor, porque acha que você precisa de um psiquiatra.

- Himiee, você precisa me dizer onde é a sua casa, se não você não vai ganhar seu pudim! - ele insistiu.

- Já te disse. Não sou daqui, mas você pode deixar meu presente na porta da minha nave. Não terá problemas. Você não acha que seria mais legal? Se quiser depois te levo para ver meu planeta para conhecer outros lugares diferentes desse pequeno planetinha com esse único satélite natural sem graça. Será uma viajem e tanta em? O que me diz?!

Papai Noel continuou não acreditando em mim, ficou batendo o pé de que eu estava louco e tudo que eu dizia era brincadeira, para ele parar com isso pedi para ele me acompanhar e ver as provas, ele disse que não, que estava cansado porque já estava no final do dia, e como eu não estava falando a verdade, ele não ia me dar o pudim. Sai do seu colo triste, sem saber o que fazer, desapontado, sem expectativas de um Natal comendo pudim.

Tive que pensar em outro jeito de conseguir um pudim.

Tentei pedir ajuda para alguém, as pessoas que me ouviram, me falaram que era para continuar andando que mais na frente teria um super mercado, mas que eles não garantiam que eu acharia.

Com isso me senti um pouco melhor, e fui andando, até achar o local que tinha o nome de "Sabor do Dia".Andei pouco. Logo achei.

Entrei e me senti pouco a vontade, tanta coisa num lugar só, tantas cores, tanta falação, barulho, comida, bichos de duas pernas voando, tudo me distraia tanto que não iria achar meu pudim naquele dia. E foi o que aconteceu, os caras me expulsaram do local porque estava na hora de fechar a loja, mas me disseram que eu podia voltar no dia seguinte, que eles me ajudariam a encontrar o que eu tanto queria.
Voltei pra casa estourando de dor nas costas, e com uma vontade muito grande de acabar com o mundo. Nao consegui achar nada do que eu queria hoje e ainda por cima o papai noel me deu um pé na bunda. Isso se eu tivesse uma bunda, mas enfim, estou com raiva. Muita raiva.

Ninguém daqui sabia, mas eu podia brincar de destruir esse mundo quando eu quisesse, minha nave estava muito bem equipada. Isso é, se eu conseguir achar minha nave.



Estou perdido.




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continua depois.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Segundo dia

Depois de pensar muito sobre tudo o que me aconteceu nesses últimos anos luz de viagens, como conhecer o planeta mais engraçado de todos, ele era feito de ventosas, tudo agarrava nele! Até eu agarrei! Foi muito difícil de sair de lá... apenas com um aspirador de fluidos e eu me desmaterializando que consegui, Foi muito bom e ao mesmo tempo dolorido e engraçado; E de tanto olhar pra esse céu com esse satélite natural tão pequeno e tão sem graça voltei pra minha nave e começou a me dar uma vontade bigbitela de comer pudim não sei bem o porque. Essa sobremesa é nosso prato favorito. Como eu não fazia ideia de onde encontrar um nessa hora eu simplesmente imaginei eu comendo essa delicia... foi super babante, sim, babei. É.. minha espécie não controla muito bem suas vontades e sensações... isso me causa muitos problemas. Mas pelo menos é como se tudo o que passasse pela nossa mente fosse bem real.
No caminho de volta eu achei um jornal perdido pela rua e peguei só de curiosidade. Na capa li algo do tipo: "O Natal se aproxima, ruas lotam com pessoas desesperadas querendo comprar seus presentes".
O que seria Natal? fiquei pensando comigo mesmo até ler toda a reportagem e descobrir que era algo do tipo bem meloso, com pessoas dando abraços e agrados a outras que gostam, com festas... muitas festas e comidas. Não acho muito interessante, até porque estou de dieta e com muitas ideias para colocar em prática nesse novo planeta... Mas no fundo, eu bem queria alguma distração como essas festas de natal... e estar com membros de minha espécie.. sim isso era o mais dolorido de se viajar pelo universo...
Enquanto passava as horas e eu lendo o jornal começou uma monotonia muito grande... um tédio sem tamanho..
Então sai em pleno Sol. As pessoas irão me ver.
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continua depois. ;]